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Os plantios florestais têm tido cada vez mais destaque quando se fala em preservação – do meio ambiente, dos solos, do ar. A depender do tipo de muda a ser cultivada, há uma série de benefícios diferentes com o intuito de valorizar a terra e, o mais importante, auxiliar na diminuição dos gases de efeito estufa (GEE). O Brasil possui áreas de florestas plantadas que alcançam 10 milhões de hectares – ocupados por celulose, com 7,6 milhões de hectares, pinus, com 2 milhões de hectares, e outras espécies, que possuem 387 mil hectares. Os dados são da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2019, realizada pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).
Com esta quantidade de hectares para os plantios florestais, já é possível reconhecer melhorias quanto à mitigação dos GEEs, principalmente o carbono, como mostra um estudo realizado pela Embrapa Florestas (PR). Continue a leitura deste artigo que o Blog INFLOR preparou e conheça mais sobre a contribuição das florestas plantadas para a redução da emissão de carbono ao redor do mundo.
Veja mais – Quais as diferenças entre os escopos de medição de carbono?
O estudo da Embrapa se baseou em estudos realizados no Brasil, com datas de publicação de 2002 a 2019 e que contêm informações de 9 estados que, juntos, possuem mais de 8 milhões de hectares de plantios florestais. Entre eles está o Espírito Santo, que possui mais de 231 mil hectares de florestas plantadas, segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
Segundo o estudo, a perda de carbono em solos convertidos especialmente para o plantio florestal não é de 33%, como especialistas acreditavam ser. Na realidade, a perda é de apenas 5%, o que indica que há maior potencial, por parte das florestas plantadas, de mitigar os gases de efeito estufa. A crença em uma porcentagem maior de perda se dava por pesquisadores utilizarem índices e conceitos do setor agrícola para tais medições no mercado florestal.
Também conhecido como sequestro de carbono, o processo de absorção do gás pelos solos se mostra mais efetivo graças à capacidade da terra de ser o principal reservatório temporário dele no meio ambiente, com chances 4,5 vezes maiores que a capacidade de absorção pelos vegetais, por exemplo. Armazenar o carbono é uma atividade que depende não apenas da matéria orgânica presente nos solos, como também do clima, do material geológico da área situada e do tipo de manuseio daquela terra.
Graças à capacidade dos solos de serem armazenadores do gás carbônico, especialmente as terras direcionadas para as florestas plantadas podem agir – com base no estudo da Embrapa – como sumidouros de metano, ou seja, depósitos naturais que capturam e absorvem o carbono com o objetivo de reduzir sua presença na atmosfera. Para isso, o solo possui bactérias metanotróficas, responsáveis por consumir o metano e auxiliar na missão de redução de CO2 no ar. Além deste benefício, existem outros que contribuem com a absorção do gás a partir do sequestro de carbono:
Responsáveis por absorver duas vezes mais CO2 do que a quantidade que emitem anualmente – segundo dados de um estudo publicado pela Nature Climate Change –, as florestas plantadas conseguem absorver cerca de 7 bilhões de toneladas por ano do gás e são fundamentais para alcançar a neutralização dos gases do efeito estufa, especialmente o carbono.
Isso acontece devido ao fato de que o carbono é retirado do meio ambiente e incorporado à biomassa da planta. O Instituto Brasileiro de Florestas (IBF) indica que, a cada 7 árvores, 1 tonelada de carbono é possível ser sequestrada da atmosfera nos primeiros 20 anos de cada muda cultivada. Com base neste cálculo, é possível prever a quantidade de árvores necessárias para neutralizar as emissões dos GEEs e contribuir com a missão de tornar este mundo cada vez mais verde.
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