Perspectivas para o setor social em 2022

O ano de 2021 registrou queda em doações para o setor social. Um desses dados vem da G10 Favelas, que teve diminuição de 95% em comparação ao início da quarentena, de acordo com entrevista do presidente da associação ao site R7. Outro dado preocupante, divulgado pela revista eletrônica Fantástico, revela que 92% dos moradores de favelas só se alimentaram em 2021 por causa de doações. 

De um lado, vemos queda nas doações, porém, do outro, o termo ESG, que diz respeito também a critérios sociais, ganha força. Diante de duas realidades diferentes, quais as perspectivas de 2022 para o setor social? Continue a leitura e confira as previsões.

Veja também – Big Data: como fica o Investimento Social Privado na era dos dados?

Doações na pandemia

Até o fechamento deste conteúdo, o Monitor das Doações, da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), exibe a marca de R$7.1 bilhões doados desde o início da pandemia, sendo que 85,41% desse total foi ofertado por empresas. O Censo GIFE 2020, realizado pelo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) e divulgado em dezembro de 2021, revela os números do Investimento Social Privado no Brasil durante o biênio 2019-2020, o levantamento aponta um salto de 71% nos valores doados em relação ao ano de 2019. A maior alta registrada anteriormente foi em 2012, com 15%.

Tendências para o setor social em 2022

Com o ESG ganhando mais força, principalmente no cenário da pandemia, e se tornando um importante pilar nas corporações, ao unir lucro com propósito, é possível que a sigla norteie grande parte das decisões organizacionais. Tendo em vista que algumas definições dos pilares ambiental, social e de governança são executadas em curto, médio e longo prazo, pode ser que durante 2022 já possamos colher mais alguns frutos dessas ações. 

No pilar ambiental, uma das tendências será a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa, haja vista que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) estipulou para este ano metas de redução para todos os distribuidores de combustíveis do país. Os objetivos estão estabelecidos em unidades de Créditos de Descarbonização (CBIO), calculadas a partir da meta compulsória anual de 35,98 milhões de CBIOs definida pela Resolução CNPE nº 17, de 05 de outubro de 2021, para o ano de 2022.

Diante do cenário de incertezas por conta da pandemia da Covid-19 e pela alta taxa de desemprego no país, que chegou a 13,2% ou 13,7 milhões de desempregados em agosto de 2021 – de acordo com dados divulgados pelo portal G1 -, é possível que ações mais urgentes continuem em alta. O retrato da fome também requer atitudes mais imediatas, pois o número de brasileiros que não têm o que comer atingiu 19,1 milhões ou 9% da população, como mostra matéria divulgada pela CNN Brasil. ONGs como a Ação Cidadania que leva alimentos para famílias necessitadas e a Amigos do Bem que desenvolve projetos de geração de trabalho e renda serão protagonistas e essenciais para contribuir no combate das desigualdades geradas.

Setor social em 2022

Ainda há um longo caminho a ser percorrido pelo Investimento Social Privado no Brasil em 2022, tendo em vista as mais diversas áreas que carecem de auxílio. As últimas ações durante a pandemia indicam um grande potencial de crescimento de ações sociais promovidas por empresas. Além de fazer o bem, as organizações fortalecem sua imagem perante a sociedade. Como mostra o estudo “Varejo com Causa: como redes varejistas impulsionam doações no Brasil”, cerca de 74% dos entrevistados estão preocupados com questões socioambientais e 73% querem que as marcas ajam em prol do bem da sociedade e do planeta.

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