Silvicultura e crédito de carbono: o papel das florestas plantadas na agenda climática

Silvicultura se tornou uma aliada estratégica na luta contra as mudanças climáticas. Isso porque as florestas plantadas de eucalipto não só aumentam a produtividade florestal, como também geram créditos de carbono, transformando árvores em ativos ambientais que ajudam empresas a cumprir metas de sustentabilidade, reduzir emissões e se destacar no mercado verde.

Para te ajudar a entender melhor sobre a relação entre a silvicultura e o papel que desempenha na agenda climática, nós, do Blog da INFLOR, te convidamos a conferir este conteúdo especial, elaborado em parceria com os nossos especialistas.

Continue a leitura e saiba mais!

Veja também – Créditos de carbono: como a gestão florestal inteligente pode contribuir com os projetos?

O que são créditos de carbono?

Os créditos de carbono são certificados que representam a redução ou remoção de uma tonelada de dióxido de carbono (CO₂) ou de gases de efeito estufa da atmosfera. Eles funcionam como uma moeda ambiental que pode ser comercializada no mercado, incentivando empresas e organizações a adotarem práticas mais sustentáveis. Na prática, projetos de reflorestamento, energia limpa ou gestão eficiente de resíduos podem gerar créditos de carbono, que depois são adquiridos por empresas interessadas em compensar suas emissões e alinhar suas operações a metas de sustentabilidade e responsabilidade climática.

No Brasil, o recém-criado Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) – instituído pela Lei nº 15.042, de 11 de dezembro de 2024 – marca o início formal de um mercado regulado de carbono, no formato “cap-and-trade”: empresas que emitirem menos do que sua cota podem vender o excedente, enquanto as que ultrapassarem precisam adquirir créditos de redução verificada (CRVEs) de projetos ambientais certificados.

Para se ter dimensão, somente em 2022, foram emitidas cerca de 7,3 milhões de toneladas de CO₂ equivalentes em créditos de carbono, totalizando R$ 453 milhões em transações, um crescimento de 25% em relação ao ano anterior, conforme aponta uma publicação da Associação Brasileira de Crédito de Carbono (Abcarbon).

Qual a relação entre silvicultura e créditos de carbono?

A silvicultura desempenha um papel estratégico na geração de créditos de carbono, pois o manejo sustentável de florestas plantadas, como as de eucalipto e pinus, contribui diretamente para a captura e o armazenamento de dióxido de carbono da atmosfera. Cada árvore, ao crescer, retira CO₂ e o transforma em biomassa, permitindo que projetos florestais certificados emitam créditos de carbono proporcionais à quantidade de gases de efeito estufa removidos. 

Assim, além de fornecer matéria-prima renovável para setores como papel, celulose e energia, essa atividade se consolida como uma aliada no combate às mudanças climáticas, oferecendo às empresas uma forma eficaz de compensar suas emissões e fortalecer suas estratégias de sustentabilidade.

Além disso, a contabilização de carbono armazenado em produtos florestais madeireiros (PFMs) aponta para uma remoção de 50,7 milhões de toneladas de CO₂ equivalente, o que corresponde a aproximadamente 3,5 % das emissões totais do Brasil, destacando o papel estratégico da madeira como sumidouro de carbono, segundo estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O futuro do mercado de créditos de carbono

O mercado brasileiro de créditos de carbono apresenta perspectivas otimistas nos próximos anos, impulsionado tanto por fatores regulatórios quanto pela crescente demanda corporativa. Segundo estimativas da Grand View Research, o mercado voluntário no Brasil gerou US$62,2 milhões em 2023, mas projeta-se que alcance impressionantes US$486,7 milhões até 2030. Além disso, vale destacar que o Brasil detém vantagens competitivas naturais: abriga 15% do potencial global de sequestro de carbono por soluções naturais, o que poderá posicionar o país como protagonista global desse mercado.

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